Os títulos do Tesouro Americano (tesouros) deveriam ser a parte mais estável da carteira, isolada da dose diária de preocupação com o mercado de ações. No entanto, não é o que vem acontecendo ultimamente com as oscilações nos preços dos títulos, que continuam a exceder a volatilidade das ações no maior nível em pelo menos 18 anos.
Um indicador de volatilidade de preços rastreada pelo maior ETF de tesouros do mundo excedeu neste mês o do maior fundo de ações do planeta no maior patamar desde pelo menos desde 2005, quando os dados foram compilados pela Bloomberg.
A volatilidade implícita de três meses no ETF iShares 20+ Year Treasury Bond (TLT), que tem US$ 39 bilhões sob gestão, está mais de 4 pontos percentuais acima do SPDR S&P 500 ETF (SPY), de US$ 397 bilhões. O número aponta uma inversão dos padrões, uma vez que a volatilidade do ETF de títulos é historicamente, em média, mais de 3 pontos inferior.
Os títulos do governo dos Estados Unidos são um pilar das carteiras dos investidores porque funcionam normalmente como um dos ativos mais seguros e menos voláteis do mundo, proporcionando um fluxo constante de rendimento e proteção como amortecedor contra os riscos associados Na verdade.
Mas a combinação da política agressiva de abertura por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e a enxurrada de oferta de tesouros por parte do governo americano para financiar seus déficits crescentes im postos perdas históricas aos cursos de longa duração. A tensão geopolítica crescente no Oriente Médio aumentou ainda mais as incertezas.
“A volatilidade está fora de controle”, disse Ben Emons, gerente sênior de portfólio da NewEdge Wealth. “As pessoas estão negociando títulos como ações.”
O cenário de alta volatilidade foi percebido com força nesta semana. Após a divulgação de dados de inflação e um lucro de títulos fraco, o rendimento d0s tesouros de 30 anos saltou 16 pontos-base na quinta-feira (12), o maior desde a turbulência do mercado no início da pandemia, em março de 2020.
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Os rendimentos então se recuperaram cerca de metade das perdas na sexta-feira (13), enquanto os investidores se preparavam para uma possível invasão terrestre da Faixa de Gaza por Israel.
As perdas com títulos também superaram em muito as perdas com ações. Nos últimos dois anos, o ETF de títulos TLT perdeu 37%, em comparação com um ganho de 3% no fundo de ações SPY. Apesar das perdas, os investidores investiram no TLT, apostando em potenciais ganhos quando os rendimentos começarem a cair.
Do lado positivo, a volatilidade relativamente baixa das ações sugere que os investidores esperam que a economia dos EUA permaneça resiliente aos aumentos das taxas de juros do Fed. O risco, porém, é que um novo aumento nos rendimentos dos títulos possa tornar as condições financeiras mais restritivas – o suficiente para sufocar o crescimento econômico e os lucros das empresas.
© 2023 Bloomberg LP
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